Tem potiguar na final do Prêmio São Paulo de Literatura
JNT NO TRIBUNA DO NORTE - 14\10\2015
O Prêmio São Paulo de Literatura, promovido pelo Governo do Estado de São Paulo, acaba de anunciar os 21 finalistas da edição 2015. Cinco escritores nordestinos estão na disputa, dois na categoria “Melhor Livro”, com prêmio de R$ 200 mil, e três na categoria “Autor Estreante”, com prêmio de R$ 100 mil. O anúncio foi publicado nesta quarta, no Diário Oficial de São Paulo.
Estevão Azevedo já publicou contos e dois romances
Foto de Divulgação
Um natalense está no páreo e concorre na categoria “Melhor Livro”. Estevão Azevedo, autor nascido em Natal (RN) e radicado na cidade de São Paulo, foi indicado pelo seu romance Tempo de Espalhar Pedras (Ed. Cosac Naify), segunda narrativa longa do autor.
Outros finalistas são Alberto Mussa, Antônio Xerxenesky, Chico Buarque, Cristovão Tezza, Evandro Affonso Ferreira, Heloisa Seixas , João Anzanello Carrascoza, Silviano Santiago e Socorro Acioli.
Estevão Azevedo é formado em jornalismo e letras, é escritor e também editor na Globo Livros. Publicou seus primeiros trabalhos, O terceiro dia (2004) e O som do nada acontecendo (2005), ambos de contos, pelo coletivo Edições K, que reuniu autores de diversas cidades do país.
A estreia no romance foi em Nunca o nome do menino (Terceiro Nome, 2008) com o qual também foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura em 2009. Nele o autor fica marcado pela narrativa lírica urbana e pós-moderna, onde personagem dialoga com autor.
Já em Tempo de Espalhar Pedras, Estevão segue uma narrativa mais clássica, tendo o sertão como tema central. A história acompanha a vida de quatro personagens nessa terra sem nome: Ximena, filha de um dos garimpeiros mais velhos, se engraça com Rodrigo, este caçula de garimpeiro rival, Diogo. Ainda há Joca, seu irmão, que busca uma forma de mostrar seu valor, se não para a família que seja para Bezerra, amigo que o acolhe na busca pela pedra em local escondido das fuças do coronel. E, por fim, Silvério, o carola que reza enquanto, alucinando de fraqueza e fome, procura convicto a pedra que se esconde quiçá debaixo da própria casa.
Todas essas pessoas são miseráveis na pobreza e no modo de viver. O sonho de deixar a aldeia e partir para lugares mais prósperos e mudar de vida é sempre adiado pela cachaça.
Nas muitas serras ao redor do vilarejo, quando já não há solo que não tenha sido maculado por explosões e picaretas, os homens têm a fatal percepção: as únicas superfícies ainda intocadas e que podem esconder pedras preciosas são aquelas em que suas próprias casas estão erguidas. É nessa essa moldura que as diversas tramas do romance estão inseridas: a do vilarejo paulatinamente destruído por homens que, tomados pelo desespero e pela cobiça, buscam sob vielas e praças, sob salas, quartos, cozinhas e quintais suas últimas esperanças de sobrevivência ou fortuna.
Fonte: http://tribunadonorte.com.br/noticia/tem-potiguar-na-final-do-pra-mio-sa-o-paulo-de-literatura/326939
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